sábado, 15 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

MÚSICA: Meu destino é vencer

Lutas sempre vêm, tentam me parar, querem sempre me fazer chorar. E nessa hora a gente espera uma ajuda um abrigo uma palavra de conforto um abraço de um amigo, você olha ao seu lado e só vê decepção. É no limite do limite é o grito preso na garganta à incerteza que insiste é quase o fim da esperança é a hora que Deus chega e estende a sua mão.

Vou vencer o meu destino agora é vencer eu sei que eu não nasci pra sofrer minha vitória já foi conquistada lá na cruz, vou vencer as lutas e barreiras vencer eu vou seguir em frente e vencer eu sei que no final do túnel ele é minha luz, sei que eu vou vencer em nome de Jesus.

O homem diz que eu não posso, mas ele diz você já conseguiu, o mundo diz não tem saída, mas ele diz a porta já se abriu. Autor: Adriano,(Zé Marcos e Adriano)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

ADORAÇÃO VERDADEIRA.



João 4:23,24

Quando pensamos em adoração a Deus, geralmente imaginamos algo que emana de nós a fim de expressarmos louvor às qualidades de Deus. Seja na música, serviço, oração ou outra forma de expressarmos adoração, pensamos que louvor é próprio de nós. A pergunta é: A adoração verdadeira é produzida pelo homem e dada, com os devidos merecimentos, ao único Deus vivo e verdadeiro? Será essa a verdadeira adoração que Deus deseja receber do homem?

O Que Significa a Palavra "Adoração"?

O dicionário Aurélio define adoração como culto a uma divindade; culto, reverência e veneração. O mesmo dicionário define o verbo adorar como render culto a (divindade); reverenciar, venerar (Dicionário Aurélio Eletrónico). As palavras que definem adoração, no Velho Testamento, significam ajoelhar-se, prostrar-se (#7812, Strongs), como em Êx. 20:5. As palavras que definem adoração, no Novo Testamento, significam beijar a mão de alguém, para mostrar reverência; ajoelhar ou prostrar-se para mostrar culto ou submissão, respeito ou súplica (#4352, Strongs), como em Mat. 4:10 e João 4:24. Adoração então é uma atitude de extremo respeito, inclusive ao divino, que se expressa com ações singulares de reverência e culto.

Qual é a Base da Definição da Adoração Verdadeira?

Seria um engano severo achar que toda e qualquer expressão verdadeira de adoração é oriunda do homem. Do homem não pode emanar a verdade pura. O homem possui um coração enganoso e uma mente limitada (Jer 17:9; Isa 55:8,9). Essas duas coisas geram um erro que não é percebido facilmente pelo homem, especialmente quando a maioria ao seu redor está envolvida no erro (II Tim 4:3,4). Não é sabedoria colocar base de sustentação naquilo que é enganoso e limitado. Devemos usar o que é firme e eterno. Se essa sustentação não vem do homem, tem que vir do que não é contaminado pelo homem. Somente a Bíblia, por ser dada pela inspiração do Espírito Santo, é a base firme para estipular o que é a adoração verdadeira. Se a Bíblia por escrito for a base; ela será a base "mui firme" (II Pedro 1:19; Heb 4:12). Se as Escrituras Sagradas forem a nossa única regra de fé e prática, então tudo o que não concorda com elas será julgado como falso (Isaías 8:20). Não é válido estipular uma parte exclusiva da Palavra de Deus para a nossa sustentação do que é adoração verdadeira, pois "Toda a Escritura é inspirada e proveitosa" (II Tim. 3:16; Rom. 15:4). Por ser a Bíblia completamente dada por Deus, é ela que define para nós o que é a adoração verdadeira.

As Naturezas Distintas da Verdade e do Amor

Existe verdade e a natureza dela é única, exclusiva e eliminatória. A verdade proclama: "À lei e ao testemunho! Se estes não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles." (Isaías 8:20). A doutrina repreende, exorta, corrije, instrui, reprova com o intuito de que haja aperfeiçoamento e obediência "boa" (II Tim 3:16,17; 4:2-6). O ensinamento pela Palavra de Deus pode dividir (Heb 4:12, "mais penetrante que espada alguma de dois gumes"; Mat. 10:34; Atos 14:1-4). Por ser a Bíblia entendimento verdadeiro, aquele que retém as Suas palavras odiará todo falso caminho (Sal 119:104, 128). Se pretendemos agradar a Deus, temos que separar-nos dos que não andam segundo a verdade (ou na igreja - Rom 16:17; I Cor. 5:11; II Tess 3:6, 14; ou no mundo - II Cor 6:14-18; I Tim 6:3-5). Deus pergunta ao Seu povo: "Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" (Amós 3:3). O apóstolo Paulo indaga à igreja de Deus em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia, "que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?" (II Cor. 6:14-16). As respostas são claras, pois a verdade é única, exclusiva e eliminatória.

Todavia, o amor, por natureza, é inclusivo. O amor (#26, ágape: afeição e benevolência, Strong’s) é sofredor, não se irrita, nem suspeita mal. Este amor bíblico sofre e suporta tudo (I Cor 13:4-7) e cobre uma multidão de pecados (I Pedro 4:8). A natureza desse amor "ágape" dá valor àquele que não o merece. Quando esse amor for ativo (#25, agapão, amor num senso moral e social, Strong’s) a misericórdia reinará (Rom. 9:25; Efés. 2:4). Podemos observar esse amor (#25) em ação: Deus amou a Cristo (João 17:24) e o mundo (João 3:16), Jesus amou os Seus discípulos (João 13:1; 15:9; Gal. 2:20; Apoc. 1:5), os discípulos devem amar os outros discípulos (João 13:34; I João 3:11-14; 4:7), os esposos devem amar as suas esposas (Efés. 5:25,28; Col. 3:19) e nós devemos amar o nosso próximo e inimigo (Mat. 5:43,44; Rom. 13:8,9).

O servo que anda na verdade não precisa desistir de amar de jeito nenhum. Mas há diferença entre o amor e a participação do erro. O amor equilibrado andará junto da verdade, nunca em oposição a ela (João 14:15). O amor verdadeiro leva-nos a cuidar de todos os que estão no erro para que eles odeiem o seu erro (Judas 1:23; Lev 13:56,57; I Cor 5:5; II Cor 6:14-18; Heb. 1:9; 12:5). O Apóstolo Paulo tinha amor pelo povo de Israel e este íntimo amor desejou que eles andassem segundo a verdade (Rom 10:1; 11:14). Deus, o Amor verdadeiro, levou nos à Verdade (Cristo) para nossa salvação do pecado (Efés 2:4-7). Para podermos entrar no Amor (Cristo), nosso erro tem que ser deixado de lado (arrependimento). Agora, para andarmos em santidade, por amor a Deus, somos constrangidos à obediência (II Cor. 5:14), a suportar um ao outro (Efés. 4:2) e a deixar o erro (II Cor 5:14; 6:14-18). O andar em obediência tornou-se o nosso culto racional em amor (Rom 12:1). O amor (#26, ágape), mesmo inclusivo, é equilibrado pela verdade que é exclusiva. Somente existe crescimento quando o amor é acoplado com a verdade (Fil. 1:9; Efés. 4:15, 16; II Pedro 1:5-7) pois o amor é o "vinculo da perfeição" (Col. 3:14) e leva às boas obras (Heb. 10:24). O amor verdadeiro não se isenta da fé, da justiça, da perseverança, da piedade, da santificação, da obediência ou do poder espiritual, mas é aperfeiçoado neles (I Tim. 1:5; 2:15; 4:12; 6:11; II Tim. 1:7; 2:22; 3:10; Tito 2:2; I João 2:5; 4:18; II João 6). Pelo amor aceitamos todas as pessoas como elas são, e, pelo mesmo amor, encorajamo-las a andarem na luz pela verdade. Nisso entendemos que o amor não é inimigo da verdade nem a verdade do amor.

A Adoração Falsa Existe

1. Existe adoração sem santidade, mas não é adoração verdadeira. Nos últimos dias, como nos dias passados, falsos profetas virão (Mat. 24:24; II Tim 3:1-8). Os falsos adoradores têm somente uma aparência de piedade (II Tim. 3:5), mas, na realidade, negam a eficácia dela. Olhando além da aparência, as vidas públicas e íntimas dos falsos adoradores revelam uma atração maior e dominante para os deleites do mundo do que para agradar ao Santo Deus (II Tim. 3:4). Eles carregam a Bíblia junto com eles, estudam-na (II Tim. 3:7), mas eles não conhecem a obra do Espírito Santo nas suas vidas (João 14:26; 15:26), que leva ao conhecimento e à verdade (II Tim. 3:7) a ponto de seguir a verdade dos apóstolos (II Tim. 3:10). Estes falsos adoradores querem somente as coisas aprazíveis (Isa 30:10), as fábulas (II Tim 4:3,4) e freqüentemente apregoam tradições de homens como se fossem mandamentos de Deus (Mar 7:7,9). São réprobos quanto àquela fé uma vez dada aos santos (II Tim. 3:8; Judas 1:3,4). Resumindo, se o seu conhecimento da Palavra de Deus não o leva a ter uma vida nova, que zela pela santidade, e uma santidade que influi tanto a vida pública, quanto íntima, você ainda não está adorando a Deus em espírito e em verdade. Se o fruto do Espírito Santo não está evidente na sua obediência à doutrina (II Tim. 3:10), você está exercitando-se em adoração falsa. A adoração na forma correta leva à substância da verdade e ao aperfeiçoamento real (II Tim 3:16,17). Os que querem adorar em espírito e em verdade devem afastar-se daqueles que não têm a eficácia da piedade (II Tim. 3:5).

2. Existe adoração com os lábios, mas não com o coração. Tal adoração é falsa. Essa adoração pode ter uma aparência impecável, como se o povo estivesse chegando a Deus e assentando-se diante dele, como sendo o povo verdadeiro de Deus, ouvindo as palavras de Deus, mas por fim, seus corações seguem o pecado (Isaías 29:13; Ezequiel 33:31; Mat. 6:7; 7:21-23; 15:8; Atos 8:21). Isso é nada mais ou nada menos que uma adoração falsa. Em Isaías 1:2-18, o povo de Israel tinha holocaustos abundantes (v. 11-13), com uma aparente aproximação de Deus (v. 12). Eles praticavam oblações e reuniões solenes (v.13), orações constantes e o levantar das mãos (v. 15), mas, em tudo disso, não tinha um reconhecimento da grandeza de Deus nos seus corações, nem uma obediência em amor (v. 15, "porque as vossas mãos estão cheias de sangue"). Toda essa adoração, que o povo aceitou largamente, era vista por Deus como iniqüidade, vaidade, abominação, cansaço e maldade (v. 13-16). Para revelar que aquela adoração não era adoração aceitável diante de Deus, Ele escondeu os Seus olhos deles (v. 15). A adoração ocupou todos os lábios do povo mas o coração deles estava longe de Deus. Não há adoração verdadeira se não tiver obediência de um coração singular e temente a Deus (Jer 9:23,24). Tudo isso é uma lição para nós (Rom. 15:4). Verifique a sua adoração. Está mais nos lábios para com os homens do que no coração para com Deus? Pode ser que os falsos adoradores andem religiosamente com uma multidão bonita, mas tal adoração, para com Deus, é uma iniqüidade, cansaço, vaidade e uma maldade. Quem é que você quer agradar? Se quiser andar entre os adoradores verdadeiros, peça que Deus sonde o seu coração e o instrua no caminho eterno, Cristo no coração (Sal 139:1,23,24; Prov. 23:26; Isaías 1:16-18). Somente aquela adoração que vem de um coração sincero, preparado pelo Espírito e estabelecido na verdade, é a adoração aceitável ao Senhor Deus e praticada no céu (Josué 24:14; João 4:24; Apoc. 4:9-11).

3. Existe adoração com a letra da lei, mas não com o espírito da lei. Zelar pelas regras, mesmo as mais rígidas e absurdas, em vez de inteirar-se com um espírito da adoração, parece ser fácil. Isso acontece entre os religiosos, com uma adoração falsa, e, até entre os que têm a forma correta de doutrina. A igreja em Éfeso, que era uma igreja com doutrina verdadeira, não foi corrigida por zelar pela doutrina, mas por não incluir o espírito da adoração na sua doutrina. Deixaram o seu primeiro amor (Apoc. 23:1-7). Se aconteceu com aquela igreja naquela época, pode acontecer entre nós hoje. Os Fariseus eram religiosos que faziam tudo pela lei com a esperança sincera de deixar Deus o mais alegre possível. Socialmente eram bem aceitos. Religiosamente também. A cerimônia da sua adoração era exatamente conforme a lei que Deus estipulava, mas, mesmo assim, era uma adoração falsa. Por quê? Porque deixavam o espírito da lei desfeito (Mat. 23:23). Na cerimônia (Mat. 23:1-12), pela letra da lei, muitas vezes em adoração, faziam "prolongadas orações" (v. 14), evangelismo fervoroso (v. 15), um dízimo sério (v. 23) e vidas corretíssimas (v. 25). Todavia, com todo o esforço expedido na sua adoração, o espírito da lei foi contrariado. Deus, a Quem deviam praticar essas ações, julgou-os hipócritas (v. 14), condutores cegos (v. 16), insensatos (v. 17) serpentes, raça de víboras, (v. 34) condenadores (v. 35) e enganadores que invertiam valores (v. 19-22). Tais palavras de descrição, revelam o grau de falsidade: quanto ao zelo e à letra da lei, esta não era adoração verdadeira. A maior evidência da sua falsidade foi quando a própria pessoa da Verdade presenciou os que adoravam por meio da letra da lei, vindo a zangar-se. No fim da história, crucificaram a Verdade, que cumpriu toda parte da lei (João 8:46), para que pudessem continuar em adoração pela letra da lei (Mat. 26:57-68; 27:1). Não podemos classificar como adoração verdadeira aquela que dê primazia à letra da lei, ao abandono do espírito da lei. Que tenhamos a adoração verdadeira que é correta tanto em espírito quanto em verdade (João 4:24)!

4. Existe adoração com ignorância da verdade de Cristo e é tida como adoração falsa. Jesus, na sua conversa com a mulher Samaritana, chegou a dizer-lhe que os Samaritanos adoram o que não sabem (João 4:1-24, v. 22). A instrução de Cristo é: se não esteja adorando, em espírito e em verdade, a pessoa de Cristo, não está adorando ao agrado do Pai (João 4:24). Os Samaritanos eram Judeus também, mas uns Judeus que tinham linhagem e doutrina consideradas poluídas pelos Judeus de Jerusalém (João 4:9, Zondervan Bible Dictionary, p. 747). Sendo Judeus, não eram sem conhecimento intelectual do Messias, mas eram ignorantes de Cristo por não O aceitarem como o Messias, igual aos Judeus em geral. A sua adoração abrangia fatos e cerimônias, mas não tinha o alvo correto: a pessoa de Cristo. Era sem a verdade de Cristo e, portanto, a sua atividade religiosa era uma adoração ignorante (João 4:22,23). Jesus disse que os Fariseus erraram na mesma maneira, pois os seus ensinamentos exteriorizavam uma ignorância tremenda da verdade de Cristo como o Filho de Deus (Mat. 22:29, "Errais, não conhecendo as Escrituras"). Por não ser uma adoração baseada somente na verdade de Cristo, todo o aparato religioso dos Fariseus era classificado por Jesus Cristo como errado. O Apóstolo Paulo notou também a existência de adoração com ignorância entre outros povos. Em Atenas, capital da mitologia, não faltava adoração. A adoração dos Atenienses tinha forma, deidades, sacrifícios, tradição, lógica e antigüidade. Todavia, pela inspiração do Espírito Santo, tudo isso não era uma adoração mas uma superstição (Atos 17:22,23) por ser dirigida "AO Deus DESCONHECIDO". Foi uma adoração falsa e supersticiosa por ser falha com a verdade da pessoa e obra de Cristo. Destes exemplos podemos aprender: Se a adoração não está correta tocante à verdade de Cristo, é adoração falsa. O eunuco de Etiópia atravessou países em busca da adoração (Atos 8:27). Não obstante toda sua sinceridade e esforço, ele não entendeu o tema das Escrituras: o Cristo Jesus (Atos 8:30,31). Portanto, enquanto ignorante de Cristo, não pode adorar a Deus verdadeiramente. Cristo é a Verdade Única (João 14:6, "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim."). Foi Ele, por Deus, que foi estabelecido como "sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor" (I Cor. 1:30,31). Qualquer adoração que não é centrada somente em Cristo, como Ele é apresentado pelas Escrituras, é uma adoração falsa. O Apóstolo João confirmou que a Sua pregação, e toda a sua adoração resultante, era verdadeira por ser exclusivamente centrada na pessoa e obra de Cristo (I João 1:1-4). O Apóstolo Paulo apelou para a autenticidade da Sua pregação e, conseqüentemente, a sua adoração, mostrando que ela era somente de Cristo, "segundo as Escrituras" (I Cor. 2:1-5; 15:3,4). O Apóstolo Pedro substanciou a sua pregação, e a sua adoração juntamente, como sendo verdadeira por ser aquela que foi exclusivamente de Cristo. A sua mensagem foi testemunhada por Cristo, pelo Pai e pelas Escrituras (II Pedro 1:16-21). Se conhecemos Cristo pela obra de Deus, pelas Escrituras, e obedecemos à Palavra de Deus para o agrado do Pai, estamos adorando o Pai como convém, "em espírito e em verdade". De qualquer outra maneira a nossa atividade de adoração é vista por Deus, como ignorância, e portanto, falsa. Como vai a sua adoração? É centrada somente na pessoa e obra de Cristo? Deus não dá um prêmio pela adoração que é oferecida com ignorância. Jesus ensinou que devemos ser humildes como uma criança para entrarmos no reino dos céus (Mat. 18:1-4). Não deve ser interpretado que humildade é ser sem conhecimento da pessoa e obra de Cristo. O oposto é a verdade. A humildade que Cristo ensinou significa não confiar mais em outra coisa do que em Cristo, mesmo que a sociedade, tradição, ou a lógica assim diga. Ser humilde como uma criança é confiar somente em Cristo como o Salvador. Já O conhece pela fé, uma fé que se revela arrependimento dos pecados e confiança unicamente na pessoa e obra de Cristo? Somente assim a sua adoração seria verdadeira.

5. Existe adoração com sacrifício aceitável ao homem, que não é em obediência à Palavra de Deus, e, portanto, não é adoração verdadeira. O Rei Saul foi instruído detalhadamente para destruir completamente os Amalequitas. Todos os homens, as mulheres, as crianças e os animais deviam ser destruídos. Nada deveria ser perdoado. O Rei Saul foi à cidade e feriu-a mas tomou o Rei Agague, rei dos Amalequitas, vivo, como também o melhor das ovelhas e das vacas, e também as da segunda ordem. Quando Samuel encontrou-se com o Rei Saul, terminada a guerra, Samuel perguntou-lhe se a palavra do Senhor foi obedecida. O Rei Saul disse que sim. Mas o balido de ovelhas e o mugido das vacas veio aos ouvidos de Samuel. Saul explicou que estas foram poupadas para serem oferecidas ao SENHOR, em Gilgal. Samuel explicou que essa é uma adoração falsa, pois obedecer ao que Deus diz é melhor que qualquer sacrifício que o homem possa pensar. O atender a voz do SENHOR é melhor que a gordura dos carneiros ou qualquer outra oferta que o homem possa dar (I Sam 15:3,8-9,14,21-22). É interessante notar que as ações do Rei Saul tinham o aval do grande público. Todo o povo estava contente por ter o estômago cheio, e, também por ter agora as riquezas dos Amalequitas. O fato de humilhar ao rei pagão foi muito gratificante. Todavia, apesar do grau de aceitação humana da ação do Saul pelo povo, não foi em nada uma adoração aceitável ao SENHOR. Apenas a obediência restrita à Palavra de Deus é adoração verdadeira. Seria melhor se o Rei Saul obedecesse exatamente à Palavra de Deus. Pela obediência explícita à Palavra de Deus, manifestamos a nossa confiança em Deus. Tal confiança é tida por Deus como adoração aceitável, pois, pela fé que é vista em obediência, Deus é santificado diante do povo. Por Moisés não subjugar a sua carne diante do povo de Deus no deserto e por não reter a sua reação de ira ao bater a rocha, que foi uma manifestação de falta de fé, Deus não foi santificado diante do povo (Num 20:7-13). Em vez de ser uma adoração, para Deus foi uma indignação (Deut. 1:37). Por essa falta de obediência explícita, Moisés foi proibido de introduzir o povo de Israel na terra prometida (Deut. 32:51). Seria bem melhor obedecer e fazer o que era correto a seus olhos. O povo de Deus, em outra ocasião, movido pelo temor de Deus, obedeceu com rigor à Palavra de Deus ao ficar silencioso quando marchou ao redor de Jericó (Josué 6:8-11). O obedecer, sem dúvida, parecia estranho, tanto para povo de Deus que marchava, quanto para o povo de Jericó, que observava a marcha silencioso. Mesmo que essa marcha não fosse um culto de louvor, Deus aceitou a obediência como uma manifestação de confiança Nele foi mostrado o Seu Poder com uma grande vitória. Foi melhor obedecer a Deus, que inventar astúcias que agradariam ao homem por pouco tempo. Em Isaías 58:2-5, o povo inventou sacrifícios que pareciam retos diante dos seus olhos, mas não eram aceitos por Deus. A igreja de Sardes (Apoc. 3:1) também tinha atividades que lhe agradaram, mas, para Deus, era uma igreja morta. Há muitos que chamam o SENHOR de Senhor e fazem muita coisa boa, mas, para Deus, não vale nada (Mat. 7:21-23). Estes casos de Rei Saul diante dos Amalequitas, de Moisés às águas de Meribá, do jejum falso de Israel, dos religiosos reprovados por Jesus e da igreja em Sardes nos ensinam o que é adoração aceitável. Esse ensino é: Quando obedecemos a Ele, em vez de fazer o que nós pensamos, é melhor estarmos dando a Deus o sacrifício que Lhe agrada. É a obediência que exalta Cristo na qual o Pai é glorificado. (Mat. 5:16). Este é o sacrifício vivo (Rom. 12:1) que a Deus é devido (I Pedro 2:5). Fazer justiça e juízo é melhor do que sacrifício (Prov. 21:3; Sal 69:31), mesmo que não seja o mais fácil. Vamos então perseverar explicitamente na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, e nas orações (Atos 2:41,42). A Deus é dada toda a glória. Ele recebe toda a glória pela obediência correta da Palavra de Deus (João 4:24).

6. Existe adoração com intenção pura mas não vale como adoração verdadeira. Jesus explicou que viria um tempo em "que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus" (João 16:2). Este tempo veio acontecer não muitos anos depois. Encontramos Saulo de Tarso, zelosamente perseguindo a igreja (Atos 9:1,2; 22:1-5). Em toda essa perseguição à igreja, ele se julgava irrepreensível segundo a sua religião, a Lei de Moisés (Fil. 3:4-6). Sem dúvida nenhuma ele tinha as melhores intenções para com Deus quando procurava a destruição do ajuntamento dos crentes. Todavia, não obstante a sua intenção pura e a sua devoção a Deus, era uma adoração falsa. Depois da sua conversão ele entendeu as coisas bem melhor. Essa intenção pura que antes julgava "ganho", depois do seu encontro com a Verdade, ele julgou "perda" (Fil. 3:7, "Mas o que para mim era ganho, reputei-o perda por Cristo"). Com o seu entendimento entendendo a Verdade, ele julgou vãos os que têm "zelo de Deus, mas não com entendimento" (Rom. 10:1-3). Nisso entendemos que existe adoração que é movida somente pela intenção pura. Tal adoração não é necessariamente uma adoração verdadeira. Tal adoração não é com entendimento (Rom. 10:2). Tais adoradores não conhecem nem o Pai, nem Jesus Cristo (João 16:3) e, portanto, não é adoração, segundo a verdade. O homem pode honestamente desprezar Deus e o Seu Cristo e ainda perder a sua alma. Convém adorar o Senhor Deus por Jesus Cristo. Isso é adorar "em espírito e em verdade" (João 4:24). Os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Asera (I Reis 18:19) eram sinceros na sua adoração aos seus deuses. Eles achavam que serviam um deus pessoal, que podia ouvir e responder-lhes. Isso poderia ser dito de todos os que vivem nas tradições vãs que recebem de seus pais (I Pedro 1:18). Estes profetas de Baal entraram de corpo e alma na sua adoração (I Reis 18:26-29). Todavia, com todo os seus sacrifícios, e sinceridade, intenção e boa fé, a sua adoração era completamente falsa, sem nenhum vestígio de adoração verdadeira. Eles pagaram caro pelo seu erro (I Reis 18:40). Não depende da sua intenção a indicação da veracidade da sua adoração. A intenção pura do homem, mesmo quando é dirigida a Deus, não faz que o seu coração enganoso não seja perverso (Jer. 17:9; Mat. 15:19). Quando o Rei Davi quis trazer de volta a arca da promessa, ele tinha intenções puras. Ele e todo o povo de Deus estavam empenhados em fazer o que achavam correto segundo Deus. Tinham a intenção de levar a arca da terra dos inimigos sujos e pagãos à terra de Deus. Eram empolgados com intenções que eles consideravam santas e puras, mas não fizeram de maneira correta. Eles não acharam errado misturarem a sabedoria humana no meio da adoração à Deus. Eles pensavam que tudo isso seria aceitável e agradável a Deus. Porém, mesmo com intenções puras na sua adoração, Deus ministrou morte entre eles (II Sam 6:1-8). Isso não foi um caso isolado, pois encontramos os religiosos em Mateus 7:15-23 aconteceu a mesma maneira. Na adoração verdadeira, a intenção do homem não é o que vale mais. É a obediência da Palavra de Deus em amor. Não deixe a sua boa intenção enganar você. Deus quer que o adoremos pela obediência de Jesus Cristo para a nossa redenção e, pelo Espírito Santo obedecer à Palavra de Deus. Não precisamos ser ignorantes nesse assunto, pois Deus já nos revelou como Ele quer ser adorado: "em espírito e em verdade" (João 4:24).

Nenhum destes seis exemplos, apesar da sua aceitação por parte do povo, foram aceitos por Deus. Eram abomináveis e desobedientes. A adoração falsa é repreendida por Deus, e, às vezes, até à morte. Agora estamos informados de que aquilo que nós queremos naturalmente dar ao Senhor pode ser uma abominação para Ele.

Em verdade, a adoração verdadeira não é aquilo produzido pelo homem, é dado, com os devidos merecimentos, ao único Deus vivo e verdadeiro. O que é produzido pelo homem é contaminado pela natureza do homem, pelo pecado, e pela mente limitada do homem.
A Adoração Verdadeira Existe João 4:23,24
Parte I - "Em Espírito"

É muito claro que Deus o procura no assunto de adoração. Deseja Deus ser adorado por aquilo produzido por Ele. Isso seria uma adoração em "espírito e em verdade". O que cria confusão entre os que querem adorar O SENHOR é tanto a teoria quanto a prática, de adorar em espírito. Podemos entender melhor este assunto, se entendêssemos o próprio espírito do homem.

O Espírito do Homem Natural e a Adoração Verdadeira

O homem natural (I Cor 2:14; 15:46), o primeiro Adão (I Cor 15:45); ou seja, o pecador não salvo, não pode adorar o Senhor verdadeiramente. Ele é morto espiritualmente. Quando Deus falou a Adão e a Eva, no Jardim do Éden, "certamente morrereis" (Gên. 2:7), se comerem do fruto proibido, eles morreram para com Deus, que é uma morte espiritual (Gên. 3:6; Efés 2:1; I Cor 2:14). Agora o filho natural de Adão é morto para com as coisas de Deus. Portanto, diante de Deus, o pecador é filho da desobediência (Efés 2:2), inimigo de Deus (Rom 8:7) e separado de Deus (Isa 59:1,2). Por causa do seu estado espiritual, o pecador não tem entendimento espiritual (I Cor 2:14). Não há nada que vem naturalmente do espírito do pecador que pode agradar a Deus (Jer 13:23; Rom 8:8; João 3:3-6; 15:5). O primeiro Adão é apenas um ser terreno com uma alma vivente, mas sem um espírito vivificado para com Deus (I Cor 15:45-47). Ele vive segundo a sua natureza pecaminosa, o que a Bíblia determina "o homem velho" que se corrompe pelas concupiscências, ou os desejos carnais (Efés 4:22; I João 2:16; Rom 6:6). Isso quer dizer que aquilo que o homem natural faz segundo o seu coração enganoso (Jer 17:9) é para satisfazer suas concupiscências, e por elas, é corrompido. Mesmo na esfera de religião o homem natural não agrada a Deus, pois não habita bem algum na carne (Rom 7:18).

O homem natural, que é um descrente, pode vestir-se com religião e moralizar suas ações diante dos homens, mas, mesmo assim, não ser vivo para com Deus, ou não ser espiritual, não agrada Deus de nenhuma maneira (Mat. 7:21-23; Luc 6:46; 11:39-44; João 4:22; Atos 17:22-24).

O Espírito do Homem Novo e a Adoração Verdadeira

O homem espiritual (I Cor 2:15; 15:46) é feito espírito vivificado através da obra do último Adão (I Cor 15:45). O último Adão é do céu e é espírito vivificante (I Cor 14:45-47). O pecador arrependido e crente em Cristo pela fé, é feito um homem novo e espiritual. Este homem novo pode adorar o Senhor em espírito verdadeiramente. Pode ser uma nova criatura, este homem novo é adotado na família de Deus, feito filho de Deus (Gal 4:5; I João 3:1,2) amigo (João 15:15) e nunca mais pode ser separado de Deus (Efés 2:14). Este novo homem está com entendimento espiritual (I Cor 2:15), é espiritualmente vivo (João 3:16; 10:28; Efés 2:1) e não pode pecar (I João 5:18). Todas essas bênçãos espirituais nos lugares celestiais estão confirmadas por Jesus Cristo (Efés 1:3; João 3:16). O Espírito de Deus habita no corpo desse homem que foi feito novo (I Cor 6:19; II Cor 6:16) e faz com que ele seja agradável a Deus por Jesus Cristo (Efés 1:6). O cristão, que é vivificado espiritualmente, é chamado um novo homem (Efés 4:24) e tem um homem interior (Rom 7:22). Esse novo homem é criado por Deus em verdadeira justiça e santidade (Efés 4:24; Col. 3:10). É assim que os Cristãos podem adorar a Deus corretamente "em espírito".

O pecador regenerado no seu espírito tem prazer na lei de Deus (Rom 8:22) e anseia ser obediente a Deus, pois é feito conforme a imagem de Cristo que foi obediente em tudo (Rom 8:29; João 17:4; Fil. 2:8). Esta nova criatura é evidenciada pelos desejos santos e ações de obediência. Pela nova natureza feita por Deus, através de Jesus Cristo pelo Espírito Santo, os frutos da santidade serão vistos (Gal 5:22; Efés 4:24). Os frutos desta santidade são separação de tudo o que é imundo (Sal 97:10; 119:104; Prov. 8:13) para viver em obediência à Palavra de Deus (Efés 2:8-10). A adoração verdadeira consiste em uma vida separada do mundo e uma crescente obediência à Palavra de Deus.

Resumo: A adoração "em espírito" é muito mais que um cântico bem cantado, ou uma aparência de santidade, uma concordância de observar uma lista de regras para a vida, ou um sentimento de bem estar. A adoração "em espírito" é um estilo de vida para com Deus, que deseja ser conforme o Seu Filho. Esse estilo de vida espiritual resulta em uma apresentação dos nossos corpos em sacrifício vivo para expressar pública e continuamente uma vida santa e agradável a Deus (Rom. 12:1,2; Gal. 2:20).

Estás com o principal de uma vida espiritual, o Cristo? Somente com Ele seremos agradáveis a Deus. Somente por Ele temos o espírito vivificado pelo qual Deus deseja ser adorado.

Como o Cristão Adora "Em Espírito"

Por ter o Cristão um espírito vivificado e ainda ter o pecado nos seus membros da carne, há conflitos. Uma natureza deseja os prazeres da carne e batalha contra a outra que vive segundo a justiça e santidade (Rom 7:23,24). Tentações vêm ao crente através da sua carne (I Cor 10:13; Tiago 1:13-15). A vitória sobre essas tentações é por Jesus Cristo pelo espírito vivificado (Rom. 7:25; I João 4:4). O crente é justificado eternamente por Jesus Cristo (João 3:16; 10:28,29; Heb 9:12, "eterna redenção"), mas vive confessando seus pecados para ser purificado no seu viver no mundo (I João 1:9; Prov. 4:18).

Só o que é produzido do alto é aceito por Deus, pois o que o homem natural produz é sujo. Para podermos adorar a Deus verdadeiramente, tem que ser "em espírito", pois é este que é movido e feito por Deus no crente. Só aquele que é separado do mundo, é obediente à Palavra de Deus. A adoração, que é baseada nas emoções da carne, e movida pelas maneiras e métodos extra-bíblicos (os métodos inventados pelos homens que não são apoiados pela Bíblia, mas não se opõem aos princípios da Bíblia) ou anti-bíblicos (os métodos inventados pelo homem que são contrários aos princípios da Bíblia), mesmo que sejam dirigidos a Deus, é uma adoração vã e não aceita por Deus, pois não foi produzida por Ele. O que Deus aceita é feito por Ele e é evidenciado pela santidade, silêncio, temor e por uma obediência crescente (Sal 97:10; Hab. 2:20; Mat. 7:21; Rom 8:27; Fil. 1:6; 2:13).

O homem que cultiva uma sensibilidade ao temor de Deus nos seus pensamentos, na fala, na vestimenta, no estudar, no trabalhar e no adorar e é levado a obedecer a Palavra de Deus onde quer que seja, no lar, na sociedade ou na igreja, esse é o homem que adora Deus "em espírito".

A adoração que agrada a Deus não é produto dos esforços do homem natural mas é fruto do Seu Espírito que está no homem novo. Isso é o que significa "adorar em espírito".
Parte II – "Em Verdade"

O que é a Adoração "Em Verdade"?

Mesmo que este estudo sobre a adoração verdadeira seja dividido em dois pontos ("em espírito" e "em verdade") devemos entender que não existe um sem o outro. Importa a Deus que os que O adoram O adorem tanto "em espírito" quanto "em verdade" (João 4:24). Se procuramos adorar o Senhor em só um ponto, estamos adorando incorretamente. Mas estes dois pontos podem, para maior clareza, ser estudados separadamente.

Não Existe Adoração Verdadeira sem a Verdade

O homem sempre precisa de um equilíbrio. Por ter o homem Cristão as duas naturezas, (uma pecaminosa e uma santa, Gal. 5:17), a influência que a natureza pecaminosa pode exercer no crente precisa ser sempre lembrada. Por esta razão existem tantos versículos na Bíblia sobre a necessidade do Cristão ser vigilante e sóbrio (I Tess 5:6; I Ped 5:8), despertado do sono (Rom 13:11-14) e ser espiritual (Mat. 26:41; Gal 5:16,17,24-26; Efés 5:14-21). Também, por ter um inimigo astuto, cheio de ardis (Gên. 3:1; II Cor 2:10,11; Apoc 12:9), incansável (I Ped 5:8), que arma lutas espirituais contra nós (Efés 6:11,12) precisamos de um alicerce forte, o qual possa nos restabelecer nos conflitos espirituais.

A Palavra de Deus é o equilíbrio em que o Cristão precisa. Ela é a verdade que santifica (João 17:17), é mui firme, e, portanto, devemos ser atentos a ela (II Pedro 1:19). As Escrituras Sagradas foram dadas pela inspiração do Espírito Santo e não produzidas por vontade de homem algum (II Pedro 1:20,21) e, por isso, nos preparam perfeitamente para toda a boa obra, inclusive a adoração (II Tim. 3:17). A Palavra de Deus é viva e, portanto, eficaz em todas as épocas e para todos os povos a fim de dirigi-los ao que agrada à Deus (Heb 4:12). O equilíbrio de que o Cristão precisa no meio da mentira e engano sagaz que opera ao redor dele (Heb 12:1; Efés. 6:12) é a Palavra de Deus (Sal 119:105). Ela é o que nos aperfeiçoa para a defesa (Efés 6:13-17), a resistência (I Ped 5:9) contra todas as astutas ciladas do diabo e de todo o engano dos nossos próprios corações (Sal 119:130; I Tim 3:16,17). É pela verdade que os espíritos são provados (I João 4:3; I Tim 4:1) e não pelos pensamentos manipuláveis ou emoções enganadoras da natureza humana. De fato, a Bíblia é a única regra de fé e ordem para o crente e isso vale também para o assunto de adoração. Não há adoração verdadeira quando a Palavra de Deus não é cuidadosamente obedecida, tanto na sua letra quanto no seu espírito.

A Palavra de Deus leva o Cristão à imagem de Cristo para poder adorar "em verdade". O Cristão que adora "em verdade" conforma-se com Cristo, pois Cristo é a própria Verdade (João 14:6). O que Deus produz por Seu Espírito traz a lembrança, tudo o que Cristo ensinou (João 14:26) e que verdadeiramente testifica Cristo (João 15:26). O Espírito do Senhor, pela Palavra de Deus, transforma-nos, de pouco em pouco, EM imagem de Cristo (II Cor. 3:18). A adoração verdadeira nunca pode agir contrária aos ensinamentos de Cristo ou exemplificar outra vida se não a de Cristo. A adoração verdadeira deve ser "em verdade", e Cristo é a verdade. Tudo que agrada a Deus deve ser em conformidade com Seu Filho, pois pelo Filho o Pai é comprazido (Mat. 3:17 ; 17:5). Tanto mais em conformidade à imagem de Cristo, mais perfeita é a nossa adoração. Deus não procura invenções sinceras ou espertas com que o homem qualquer possa se empolgar em manifestar, mas Ele se compraz em Cristo (Mat. 17:4,5). Deus não se contenta nem um pouco com aquela adoração que é movida pelo raciocínio de homens bem intencionados, mas isentos da verdade (João 18:10,11). Deus somente se contenta com aquela adoração que bebe fundo em obediência ao cálice que Ele dá. Deus não é agradado em nenhuma maneira pela compaixão humana que não é dirigida pela verdade da Palavra de Deus. Deus se agrada naquilo que nos torna iguais a Cristo, naquilo que entenda as coisas que são de Deus (Mat. 16:21-23; I Cor. 2:16). Cristo é o alvo e o meio de toda a adoração verdadeira. Você está se tornando mais e mais a imagem de Cristo? Somente assim se pode prestar adoração verdadeira.

Não há Espiritualidade sem Obediência

Excluir a obediência à Palavra de Deus ou não ser conforme a imagem de Cristo seria uma abominação para Deus a Quem queremos adorar (Luc 6:46). Substituir as Escrituras Sagradas por algo diferente também é abominação (Mar 7:7; Tito 1:14). Há uma multiplicidade de atrativos para afastar o Cristão de uma adoração verdadeira. Há fábulas ou genealogias intermináveis (I Tim 1:4; 4:7) ofertas vás, incenso, observação de luas novas e sábados (Isa 1:13,14). Mas tudo isso tende a adicionar algo à Palavra de Deus, em vez de seguir a sua pureza (Prov. 30:5). Não devemos procurar melhorar a verdade (Deut 12:32; Apoc 22:18,19) mas devemos apenas observá-la. Uma atenção sensível, um estudo constante, a meditação contínua em conjunto com uma obediência temente à verdade, a Palavra de Deus é essencial para adoração verdadeira. Não podemos separar a adoração espiritual da adoração prática (obediência). O próprio Espírito Santo é chamado o Espírito da verdade (João 14:17; 15:26; 16:13) que nos aponta a Cristo que perfeito e espiritual mostrou a Sua espiritualidade pela Sua obediência (Fil. 2:8; João 14:11). É certo que podemos ser menos espirituais que o próprio Cristo, mas de nenhum modo podemos ser tão espirituais a ponto de tornarmos a minuciosa obediência à verdade uma desnecessidade.

A Obediência Verdadeira é Espiritual

Deve ser enfatizado que podemos ter obediência sem espiritualidade. Os que crucificaram Cristo cumpriram a Palavra de Deus completamente, mas, mesmo sendo obedientes, não operam com desejo de adorar o Senhor por amor (Atos 2:21,22; 4:27,28). Demônios crêem na verdade, mas não adoram o Senhor segundo a operação do Espírito Santo (Tiago 2:19). Os Fariseus obedeceram à lei a risco, mas não entraram no reino de Deus (Mat. 5:20). Se vamos servir ao Senhor, a obediência deve ser segundo o Espírito em amor (Oséias 6:6; Miquéias 6:8; Apoc. 2:4,5).

Deve ser lembrado que podemos ter intenção sem uma obediência completa. Pedro tinha intenção pura, tanto quando cortou a orelha direita do Malco (João 18:10) quando repreendeu o Senhor Jesus Cristo quando Este predisse Sua morte (Mat. 16:21-23). A igreja em Tiratira tinha muito amor, mas era displicente com a obediência e isso trouxe uma dura repreensão do Senhor (Apoc. 2:18-23). Se vamos servir o Senhor, o nosso amor deve ser com obediência.

Pelo estudo feito podemos entender bem melhor que o que Deus deseja é a adoração "em espírito e em verdade", é algo que nunca é produzido pelo homem, mas que vem somente de Deus. É produzida pelo Espírito de Deus e é segundo a Sua Palavra, para trazer os seus à imagem de Cristo (II Cor. 3:18).

MUDANÇAS NA ADORAÇÃO PÚBLICA...


A Ti, ó Deus, fiel e bom Senhor,

Eterno Pai, supremo Benfeitor,

Nós, os Teus servos, vimos dar louvor,

Aleluia! Aleluia!

A Ti, Deus trino, poderoso Deus,

Que estás presente, sempre junto aos Teus,

A ministrar as bênçãos lá dos céus,

Aleluia! Aleluia!

Henry Maxwell Wright (1849-1931)

O Dr. Warren Wiersbe, no livro de sua autoria "Adoração Verdadeira" (Real Worship), observou que depois da metade do século passado algumas mudanças sutis aconteceram nas igrejas: o templo se tornou um teatro, o ministério se tornou um espectáculo, a adoração se transformou em diversão e o aplauso agora é medida de sucesso. Para resumir, a adoração pública atual não é levada mais a sério pela maioria do povo de Deus. Ela se tornou um tempo de brincadeira leviana muito irreverente.

Estas mudanças não são boas! Pelo contrário! São evidências de uma caída vertiginosa e contínua dos padrões bíblicos! Um emudecer da verdade ! mudando a verdade de Deus em mentira! Os crentes devem ter como objetivo principal o agradar e glorificar a Deus, mas muitos, hoje em dia, abraçaram os objetivos humanistas da auto-gratificação e prazer. Um culto "de adoração" bem sucedido é hoje comumente aquele em que seus participantes se sentem bem. Os que assistem também têm que se sentir à vontade, têm que ser entretidos (divertidos). Mas num verdadeiro culto espiritual, o desejo do coração do adorador é cumprido quando é Deus a quem Se agrada! E este deve ser nosso desejo e objetivo.

Com isto em mente, vamos notar algumas mudanças que estão destruindo os próprios alicerces da adoração pública.

DE TEMPLO A TEATRO

Uma mudança notável que aconteceu nos recentes anos tem a ver com a percepção geral de muita gente em relação ao templo em si. Sabemos que Deus não habita em edifícios feitos por homens ! e sabemos também que o povo de Deus pode adorar em qualquer lugar se o espírito deles estiver de acordo com o Espírito Santo de Deus. Podemos adorar entre as quatro paredes de um templo, ou de uma casa ou de um hospital. Podemos adorar enquanto dirigimos o carro, ou sentados num avião ou dentro de um elevador. Às vezes adoramos em cultos ao ar livre. Não é o lugar que santifica o Senhor, é o Senhor quem santifica o lugar.

Por outro lado, a igreja do Senhor é um assembléia ! e uma assembléia se reúne num lugar específico. Após as primeiras décadas da morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus, os crentes não tinham permissão de construir templos, por isso se reuniram principalmente nas casas ou espaços públicos disponíveis. Após o edito de Milão em 313 d. C., os crentes no império romano receberam a liberdade de adorar e de construir seus próprios templos de adoração.

O assunto que estamos tratando não é se estes edifícios são bons ou maus. Contudo, antigamente, era comum para um edifício que ia servir de igreja ter uma consagração distinta. Os prédios eram consagrados para o serviço e adoração de Deus. O prédio era uma "expressão" de adoração. Mas, hoje em dia, muitas igrejas já se tornaram lugares onde se pode mostrar os talentos que tem e gloriar-se neles, em vez de usar os talentos para glorificar o nosso Deus que trouxe a salvação ao pecador. Tememos que, na maioria dos casos, o foco esteja perdido, de maneira que saboreamos as coisas do mundo mais do que as de Deus. O foco da adoração deve ser nosso Deus e Salvador e não as pessoas que ficam à frente para cantar, tocar instrumento, pregar ou fazer qualquer outra coisa. O templo da igreja não é um teatro onde alguém faz um papel para chamar a atenção sobre si mesmo. É um lugar consagrado ao Senhor onde podemos dar toda a glória a Ele.

DE ADORADORES À PLATÉIA

Outra mudança é em como são vistos os "adoradores".

Esta é uma mudança sutil ! e sem dúvida, há quem negue haver uma distinção real entre congregação e platéia. Talvez seja só uma opinião do autor. A congregação se ajunta tendo como centro do culto o Senhor Jesus Cristo e Sua Palavra. A platéia se reúne para ver e ouvir um espetáculo. Admitimos que a adoração da congregação geralmente é acompanhada do ouvir e ver ! mas não é este o caso da platéia que se reúne especificamente para este propósito e fim. A platéia se satisfaz nos atos físicos de ver e ouvir. A congregação de adoradores se satisfaz na contemplação espiritual d?Aquele que é invisível e de ouvir Sua voz no coração. Estar numa platéia exige só que a pessoa vá à reunião, mas, a fim de ser adorador verdadeiro na congregação é exigido uma preparação espiritual anterior.

É claro que Deus Se reserva à prerrogativa de separar os verdadeiros adoradores daqueles que são simplesmente religiosos, mas uma observação pessoal parece indicar que uma pessoa meramente religiosa "irá à igreja", ao passo que o adorador desejará entrar na manifesta presença de Deus, na igreja. Existe diferença!

DE ADORAÇÃO A ENTRETENIMENTO (DIVERSÃO)

Uma terceira mundança ocorrida é aquela que transforma a adoração em diversão ou entretenimento.

A verdadeira adoração se centraliza em Deus. Na adoração, as almas se curvam maravilhadas e em contemplação de amor diante de Deus. Adoramos o Senhor Deus porque a graça nos ensinou que só Ele é digno ! não porque nós vamos "ganhar" algo com ela.

Por outro lado, a diversão se centraliza no homem e agrada à carne. Se deixarmos de "ganhar algo" com a diversão (entretenimento), reclamamos, ou mudamos de estação, ou pedimos o dinheiro de volta. É por isso que algumas pessoas estão sempre mudando de igreja ! estão à procura do excitamento ilusório da diversão. Não aguentam a sã doutrina, por isso preferem diversão à exortação.

E parece que isto está dando certo! É por esta razão que muitas igrejas crescem "muito rapidamente", simplesmente ao dar ao povo o que ele quer. Se pedem a música contemporânea, então dê a eles. Se pedem um comediante em vez de um pastor, assim seja. Se querem dança e drama, tudo bem. Se querem concertos de "rock", quem somos nós para nos opor? Talvez alguém seja salvo, enquanto ouve cânticos que podem deixar todo mundo surdo.

Esta é a filosofia de hoje. É tudo muito pragmático: o fim justifica os meios! Se funcionar, então tem que estar certo. E, com certeza, parece funcionar, caso após caso. As pessoas querem se divertir e se lhes dermos diversão (entretenimento), virão. Porque tem o que o povo quer.

Tantas igrejas hoje fazem seus cultos centralizados na diversão ou entretenimento. Podem até chamar de "adoração", mas o significado mudou. O canto tem como objetivo agradar a carne. O pastor é um "arista" que permeia seu sermão "algodão doce" com estórias, piadas e riso, tendo o cuidado de não ofender os ouvintes. Há pouca oportunidade para uma meditação séria ou adoração real.

DE MINISTÉRIO A ESPETÁCULO

O Apóstolo Paulo disse: "E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus Senhor nosso, porque teve por fiel, pondo-me no ministério". 1 Timóteo 1:12. Ele se regozijou em ser ministro de Deus. Duvido que haja qualquer chamado na terra tão elevado e importante quanto o do ministrar o Evangelho. Os ministros de Deus são retratados na Bíblia como mensageiros e arautos do Rei, como cooperadores de Deus, como pastores do rebanho, como servos fiéis e mordomos dos mistérios divinos, como embaixadores que rogam aos homens que se reconciliem com Deus. Os ministros de Deus nunca são chamados de artistas. De fato, uma das palavras que talvez descreva mais de perto um artista religioso é a palavra "hipócrita". O hipócrita (de acordo com o Dicionário Expositório de Vine) é um ator no palco.

Mas os "ministros" de nossos dias, muitas vezes parecem se envergonhar do seu chamado. Não estão dispostos a sofrer vergonha por amor de Cristo; eles deixam de lado o vitupério de Cristo, a fim de ganharem a aprovação dos homens. Em vez de pregarem Cristo e a cruz, exibem seus próprios talentos, credencais humanos, realizações carnais, carisma, eloquência e sabedoria. Procuram impressionar os homens com seus espetáculos. Tem pouco desejo de se mostrarem aprovados a Deus. Só ligam para o aplauso da platéia. Como resultado, temos hoje fãs clubes religiosos de pastores, cantores e outros artistas religiosos.

Juntamente com este pensamento, notamos que algumas igrejas de Deus adotaram o hábito mundano de bater palmas. Eles aplaudem cantores, aplaudem pedindo bis, gritam e vaiam como fanáticos de concerto de rock. Aplaudem quando o pregador diz algo de que se agradam e reagem com satisfação diante de qualquer outra exibição humana de habilidades religiosas.

Considera-se isto como o alívio desejado das formalidades mortas que geralmente caracterizavam nossos cultos, segundo eles. Vê-se tudo como algo natural ! uma expressão espontânea de adoração. Infelizmente, o bater palmas raramente expressa adoração a Deus ! é mais uma adaptação da sociedade de auto-admiração do mundo. Uma avaliação honesta mostraria que o ponto central é atenção demais dada ao servo e não ao Mestre. É de admirar que nossa adoração se transforme em espetáculo?

Para encerrar, quero dizer que a riqueza da nossa adoração é uma boa indicação da riqueza da nossa fé. É triste dizer, que por este padrão, nossa fé é patética ! neste momento o nome Icabô está sendo escrito sobre nossas portas, porque a glória de Deus se foi. Que Deus dê a cada um de Seus filhos um espírito de graça e súplica para clamarmos por reavivamento.

OS INSTRUMENTOS MUSICAIS NA ADORAÇÃO ?



Ó filhos de Sião,

Honrai o Rei dos reis;

Louvores altos Lhe cantai,

Louvores altos Lhe cantai,

Guardai as santas leis,

Guardai as santas leis.

Os que do mundo são

A Deus não dão louvor;

Mas filhos do celeste Rei,

Mas filhos do celeste Rei,

Louvai ao Salvador,

Louvai ao Salvador.

Ó venham-nO louvar

Os que Seus filhos são,

E se ergam já a demandar,

E se ergam já a demandar

As plagas de Sião,

As plagas de Sião.

Sião é a nossa

Santa e gloriosa cidade,

Também perene morada

Dos crentes em nosso Jesus.

Isaac Watts (1674-1748)

O propósito deste capítulo é examinar principlamente o uso - e abuso ! dos instrumentos musicais na adoração das igrejas do Senhor. Este é um grande assunto e temos convicções pessoais fortes que ansiamos expressar, mas intencionalmente nos limitamos. Não espere que cheguemos nem mesmo à superfície. Algumas áreas de consideração ! tais como orquestras da igreja, bandas de adoração, grupos instrumentais, sistemas de som, teclados eletrônicos e música com play-back ! serão completamente excluídas, salvo esta menção. Obrigado e seja benvindo!

OS INSTRUMENTOS MUSICAIS SÃO BÍBLICOS?

Há referências na Bíblia, inclusive vários exemplos, do uso de instrumentos musicais na adoração (2 Samuel 6:5; 1 Crônicas 15:16, 16:4-6, 25:1 e 6; 2 Crônicas 29:25, 28; Neemias 12:27; Salmo 33:1-3, 68:24-25, 71:22, 150:1-6; Apocalipse 14:1-3, etc.). Há quem argumente que sendo estes instrumentos incorporados como parte da adoração no templo, durante o período do Velho Testamento ! e já que a adoração no templo foi abolida em Cristo ! não existe a necessidade de instrumentos musicais nas igrejas hoje. Por outro lado, a crença mais comum é que os instrumentos de música (embora não requeridos) são permitidos. É esta segunda opinião que defendemos neste capítulo.

Este capítulo teve a maioria do conteúdo retirado do livro "Adorar em Espírito e em Verdade" por John M. Frame.

1. Os instrumentos, sem dúvida, foram usados na adoração no templo durante o Velho Testamento, mas também eram usados em outras ocasiões. Por exemplo, depois que Deus libertou a nação de Israel da escravidão egípcia e a fez atravessar o Mar Vermelho a salvo, o povo cantou ao Senhor o hino de Êxodo 15, sendo acompanhado evidentemente com tamboris (v. 20). Não era esta uma forma de adoração pública? Mas não foi um ritual do templo; aconteceu anos antes do templo ser construído.

2. Em nenhum lugar as Escrituras ensinam que cada parte do culto do templo foi abolida pela obra de Cristo. A lei ! com o sacrifício de animais e cerimônias de adoração ! se cumpriu em Cristo. O véu do templo se rasgou ao meio quando Jesus morreu (Mateus 27:51), indicando que um novo e vivo caminho se abrira à presença de Deus. O próprio templo foi destruído no ano 70 d. C. quando o exército romano conquistou Jerusalém. Mas muitas coisas associadas à adoração no templo são praticadas ainda hoje. Por exemplo: o templo era uma casa de oração (1 Reis 8:28-53; Isaías 56:7; Mateus 21:13) e um lugar onde Deus ouve os votos e confissões de Seu nome (1 Reis 8:31-33). Os sacrifícios de comida e bebida não fazem parte mais da adoração nas igrejas do Novo Testamento, mas as orações, votos, confissão e ensino, com certeza, ainda continuam. Portanto, não podemos argumentar plenamente que a adoração completa, como feita no templo, foi abolida.

3. Um propósito para o uso de instrumentos musicais no templo era guiar os cantores no louvor (2 Crônicas 29:26-28). O louvor é algo que continua claramente nas igrejas do Novo Testamento.

4. Às vezes, argumenta-se que as sinagogas judaicos no tempo de Jesus não usavam instrumentos musicais. Talvez seja verdade. Não queremos criticar as sinagogas judaicas. O próprio Senhor Jesus assistia costumeiramente os cultos na sinagoga (Lucas 4:16). Por outro lado, as Escrituras mantêm silêncio quanto à origem das sinagogas. Evidentemente, surgiram durante o cativeiro babilônico, mas não há indicação que Deus tenha dado instruções específicas para tal sistema. Em relação à música ! seria interessante saber por que os instrumentos foram excluídos, mas já que não sabemos, devemos ter cautela ao pressionarmos a restrição dos mesmos nas igrejas de Deus.

5. Outra observação é que a maioria das igrejas que se recusam a usar instrumentos musicais ainda permitem o uso de flauta, a fim de fazer a congregação começar na nota correta. Mas se uma igreja usa um instrumento para ajudar o povo a achar a primeira nota, por que não usa também para achar a segunda e a terceira? E se a nota principal do soprano é dada, por que não as notas do contralto, do tenor e do baixo? E se os instrumentos podem reger a melodia e harmonia, por que não podem também ajudar a congregação a manter o ritmo e o tempo certos?

6. Por que Deus permitiria instrumentos musicais no templo e os proibiria nas igrejas? É lógico que Deus tem todo o direto de fazer o que Lhe agrada ! mas geralmente não daria uma ordem nem a retiraria sem designar uma razão. Há quem especule que Deus permitiu uma forma mais complicada de adoração no Velho Testamento, com instrumentos e rituais específicos, por causa da imaturidade do povo e dureza de coração, mas prescreveu os cânticos espirituais sem acompanhamento no Novo Testamento, porque esse tipo de música é mais "simples" e "puro". Mas a Bíblia nunca disse isso! Ela nem sugere que cânticos sem acompanhamento sejam de algum modo mais simples ou mais puros do que os acompanhados com instrumentos, nem mesmo que uma simplicidade assim é exigida na adoração. Sem dúvida, as Escrituras nunca comparam o valor do cântico com acompanhamento com o do que não tem acompanhamento.

O argumento de rejeitar o uso de todos os instrumentos musicais nas igrejas ! parece a este autor ! é de um silêncio que não pode ser provado.

INSTRUMENTOS APROPRIADOS

CONTUDO?.. há questões legítimas sobre o tipo de instrumentos musicais apropriados e bíblicos. Aceitamos piano e órgão? E o que dizer de violão e banjo? E gaitas e flautas? Permitimos baterias e pandeiro? E trombetas e sinos? Não nos esqueçamos dos instrumentos caseiros? Qualquer tipo de instrumento é permitido?

Os instrumentos musicais indicados no tempo do Velho Testamento pertenciam a três grupos: cordas, sopro e percussão.

  • Os instrumentos de corda eram principalmente as harpas e os saltérios ! mas qualquer uma das palavras pode representar uma variedade enorme de instrumentos. Por exemplo: as harpas variavam de tamanho e estilo. Algumas talvez fossem enormes, mas a maioria era pequena e bem leve. Salmo 137:2 fala de pendurar as harpas nos salgueiros, indicando que elas não eram instrumentos grandes. Normalmente a harpa podia ser tocada enquanto era levada em procissões ou marchas (ver 1 Samuel 10:5; 1 Crônicas 13:7-7; Isaías 23:16). Certa Enciclopédia (The International Standard Bible Enclyclopedia) sugere que "instrumentos com arcos eram desconhecidos; as cordas eram tangidas com os dedos ou com um plectro". Não com arco! Os saltérios também possuiam muitas variedades: gaita de foles, alaúdes e instrumentos parecidos com o violão. O Salmo 33:2 parece indicar que alguns saltérios tinham dez cordas ! provavelmente uns tinham mais e outros menos.

  • Os instrumentos de sopro incluiam flautas, cornetas (trombetas) e órgãos. Mais uma vez, parece haver muita incerteza quanto às descrições, mas os órgãos (mencionados pela primeira vez em Gênesis 4:21) eram, sem dúvida, instrumentos simples de junco, de algum modo semelhante aos oboés de hoje ! e feitos de madeira, marfim ou osso. Devia haver uma variedade de formas e estilos. As cornetas (trombetas) eram feitas geralmente usando-se os chifres de carneiros e bodes, mas pelo menos em uma ocasião, usava-se a prata (ver Números 10:1-10; Josué 6:4-7; Juízes 7:16-23). As gaitas eram variedades diferentes de flautas.

  • Os instrumentos de percussão eram principalmente os tambores, tamboris e címbalos. Certa Enciclopédia (The International Standard Bible Enclyclopedia) sugere que no Velho Testamento os tambores eram usados em muitas ocasiões festivas, mas nunca são mencionados em conexão aos cultos divinos. Os címbalos, embora usados às vezes na adoração, eram usados principalmente pelos chefes da música (regentes do coral) como meio de reger (1 Crônicas 15:19).

Com toda honestidade, muitas igrejas hoje aumentaram tanto o volume que dá para rachar a parede do prédio da igreja. A Bíblia nos ensina a louvar "ao Senhor com harpa, cantai a Ele com saltério de dez cordas?.. tocai bem e com JÚBILO"(Salmo 33:2-3). Mas, nesta época quando o som é amplificado eletronicamente e somos bombardeados por todos os lados, muitas vezes se torna impossível até pensar. Portanto, é a opinião deste autor que o uso de instrumentos musicais na adoração pública deve ser limitado em número ! e com certeza o volume nunca deve chegar ao ponto de atrapalhar a adoração verdadeira que sobe do coração e da mente. Como já vimos antes, a adoração não é para exibição do homem ! não é para ele aparecer nem ser admirado por sua capacidade artística. Nunca se deve permitir que os instrumentos transformem a adoração em divertimento. Jamais devem interferir no caráter espiritual da adoração.

Então, como vamos responder à pergunta sobre que tipos de instrumentos são permissíveis? Os instrumentos designados por Davi para serem usados na adoração eram os saltérios, as harpas, os címbalos, as cornetas e trombetas (1 Crônicas 15:16, 24, 28). Deviam ser tocados pelos sacerdotes e levitas. No reinado de Ezequias estas regras foram reiteradas em 2 Crônicas 29:25: "E pôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, com saltérios, e com harpas, conforme ao mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do Senhor, por mão de seus profetas".

Pessoalmente, então, (cada homem seja persuadido por si próprio), achamos que a Bíblia deixou estas diretrizes:

1. São permitidos instrumentos musicais das três categorias: cordas, sopro e percussão, na adoração pública.

2. Embora os instrumentos de percussão sejam permitidos, os tambores são notáveis por sua ausência na Bíblia. Estes instrumentos de percussão especificamente mencionados ! principalmente os címbalos ! eram provavelmente mais para o propósito de reger do que para enfatizar ritmo forte. É difícil ler na Bíblia o som alto e o ritmo forte.

3. Os instrumentos musicais devem ser tocados por pessoas espirituais que dão evidência de terem sido separadas pelo Senhor.

4. Os instrumentos musicais devem ser tocados para a glória do Senhor como acompanhamento à verdadeira adoração (2 Crônicas 29:27-29).

DISCERNIMENTO ESPIRITUAL.



"O Varão de grande dor,

É o Filho do Senhor.

Veio ao mundo por amor.

Aleluia! É meu Cristo.

A cruenta cruz levou;

A minha alma resgatou.

Minha conta já pagou.

Aleluia! É meu Cristo.

Ele quis por mim morrer;

Eu pra Ele vou viver.

Dele é todo meu querer.

Aleluia! É meu Cristo.

Quando nosso Rei voltar,

Sua face eu contemplar.

Sua glória vou cantar.

Aleluia! É meu Cristo".

Philip Bliss (1838-1876)

Concluímos o capítulo anterior com o comentário de que reconhecer os cânticos espirituais não é questão de capacidade musical, mas sim de discernimento espiritual.

PROBLEMAS DE VISÃO E AUDIÇÃO

As igrejas do Senhor enfrentam problemas grandes hoje em dia ! um dos maiores deles é que o povo cristão parece vazio de discernimento espiritual. Para ser bem honesto, nossas igrejas laodicenanas são espiritualmente cegas. Nossos olhos sofrem com cataratas. Escamas de pecado e mundanismo obscurecem nossa visão. Não podemos ver nem perceber que as coisas diferem. Não podemos mais julgar entre o certo e o errado?..entre a verdade e o erro?..entre o bom e o melhor?..entre liberdade e legalismo. Nossa cegueira nos impede de tomar decisões corretas. Somos incapazes de distinguir social e culturalmente. E muitas vezes somos surdos também! Temos ouvidos, mas, não ouvimos. Citando Hebreus 5:11: somos "negligentes para ouvir". A palavra "negligente" significa "vagaroso" ou "preguiçoso". Uma audição negligente é algo sobre o qual não pensamos normalmente. Muitas vezes falamos sobre pregação negligente (e as temos, também). Mas audição negligente é um problema comum. Quão frequentemente não ouvimos a Palavra de Deus! Vamos à igreja, escutamos a mensagem, mas não recebemos nada na alma. Não entendemos. É como se a Bíblia fosse escrita em língua estrangeira.

É lógico que o discernimento, compreensão e entendimento vêm de Deus (Provérbios 2:1-9, 1 Coríntios 2:11-16). Só o Espírito Santo pode abrir nossos olhos (João 16:13). Só Ele pode retirar as trevas e nos iluminar à vontade de Deus ! o que faz juntamente com a Palavra escrita de Deus.

Mas os crentes também têm responsabilidade! Cada crente verdadeiro já foi exortado a ungir os olhos com colírio (Apocalipse 3:18) e andar na luz (João 12:35, 1 João 1:7). Cada crente é exortado a ouvir a Palavra de Deus. Quando uma pessoa salva não tem sabedoria nem entemdimento sobre o que fazer em qualquer situação em particular ! quando não pode discernir o caminho certo ! sua responsabilidade é buscar as Escrituras diariamente e esperar no Senhor em oração.

PRECISAMOS DE DISCERNIMENTO

Este é o caso no que diz respeito à música de adoração. Perguntamos: "Qual é a música aceitável"? Mas, como vimos, não há resposta fácil. É preciso haver discernimento. Precisamos buscar diligentemente nas Escrituras, a fim de nos mostrar aprovados diante de Deus. Precisamos esperar pacientemente pelo Espírito de Deus para nos ensinar a verdade. Em nossas lições anteriores já falamos um pouco sobre os tipos de cânticos ! e estilos ! apropriados para se cantar nas igrejas. Também fizemos comentários sobre o uso de instrumentos musicais. Mesmo assim, reconhecemos que nosso estudo é muito limitado. Nem mesmo tocamos em algumas áreas. Nosso desejo é que o povo de Deus possa ser guiado em tudo pelo Espírito Santo ! não só em relação ao que cantamos, mas também em relação à música que ouvimos regularmente. Afinal de contas, ao ouvir qualquer tipo de música (quase que inconscientemente) desenvolvemos um apetite por ela. A familiaridade geralmente gera a aceitação.

QUE ESTAÇÃO VOCÊ ESTÁ OUVINDO?

O Senhor Jesus disse: "Atendei ao que ides ouvir". Marcos 4:24. Cuidado com o que escuta ! quer seja pregação, ou música ou comunicação diária de qualquer tipo. Há ocasiões em que temos que desligar a televisão ou achar outra estação de rádio (Provérbios 19:27). A tendência da mídia hoje é a "programação informática". Como os atenienses da época de Paulo, a sociedade moderna de hoje passa o tempo se ocupando "senão de dizer e ouvir alguma novidade" (Atos 17:21). Pode-se saber, ligando a televisão, qual é a melhor época para podar árvores, ou o que fazer com uma pia que não pára de pingar, ou como criar os filhos, ou o método para se escolher o bom vinho ou onde investir o dinheiro. Há milhares de charlatões e gurus a dizer como ser saudável, rico e sábio. O conhecimento é bom. Somos gratos por termos todos os tipos de informações disponíveis a nós hoje em dia. Mesmo assim, precisamos reconhecer que o mero acúmulo de conhecimento mundano muitas vezes se torna confusão mental que impede nosso consumo de conhecimento espiritual verdadeiro. Mesmo coisas inocentes como "os noticiários e a metereologia" podem se tornar prejudiciais ao crente. "Atendei ao que ides ouvir". Especialmente em relação à música! Muitas delas (quer nas igrejas, nos concertos ou através da mídia), as quais são apresentadas como músicas "gospel (evangélicas)" não são dignas deste nome. É obrigação dos crentes aprenderem a distinguir entre o que é, e o que não é, a verdade.

QUÃO BEM VOCÊ ESCUTA?

É por tudo isto que nosso Senhor Jesus não só disse para termos atenção com o que ouvimos, mas Ele também nos disse para atentarmos como ouvimos (Lucas 8:18). Em outras palavras, precisamos ouvir bem. Temos que estar cientes, atentos e abertos. Apoiados na Palavra de Deus, devemos procurar desenvolver um ouvido crítico, enquanto que ao mesmo tempo, evitar contenções malignas e apontar faltas desnecessárias.

A fim de discernirmos corretamente e apreciarmos a boa música, devemos pensar na mensagem transmitida, tanto através da letra quanto da música. Temos que avaliá-la ! não só tendo como base o fato de gostarmos ou não, mas baseados no alicerce de que é uma representação verdadeira do Deus que servimos. Adoramos ao Deus Altíssimo; portanto nosso padrão também deve ser alto! Ele não aceitará nosso pão poluído nem nossos sacrifícios de animais cegos (ver Malaquias 1:7-8). Do mesmo jeito Ele não aceitará nossa adoração poluída também. Nossa adoração deve ser digna d?Aquele que é mais do que digno. E isto envolve tempo e esforço.

Precisamos deste discernimento quer estejamos cantando ou ouvindo os outros cantarem.

A SERENATA DE SATANÁS

Vivemos numa época de engano! A Bíblia nos ensina que dia virá em que todos os que vivem na terra receberão ordem de se curvar e adorar a imagem da besta (o Anticristo, Apocalipse 13). A maioria da população mundial obedecerá. Embora a Bíblia não dê detalhes específicos, muitos estudiosos da Bíblia vêem a história da imagem de Nabucondonozor (Daniel 3) como uma previsão de eventos futuros. De acordo com o que é relatado em Daniel 3, a música era usada para motivar o povo babilônico na falsa adoração. Sugerimos que Satanás utilizará a música, de maneira semelhante, a fim de enganar o mundo no tempo do Anticristo. Como crianças seguindo o tocador de flauta ! assim também o mundo hoje segue a música que leva ao caminho largo até à destruição.

É preciso acordar! Abrir os olhos! Ouvir bem! Como disse o pastor Tom Ross: "As igrejas do Senhor devem ser santas, virtuosas, castas, esperando a vinda do Noivo. A música mundana produz membros mundanos que são carnais. Precisamos voltar à música que faz nosso coração adorar ao Deus santo e Soberano!

Que Deus nos dê discernimento! Então ! talvez este se torne o desejo e determinação de cada crente ! chegar-se a Deus com um coração verdadeiro, em plena certeza da fé. Vamos contemplar maravilhados e adorar ao Senhor com Salmos, Hinos e Cânticos Espirituais. Vamos cantar e fazer melodia em nosso coração Àquele que nos amou e Se deu a Si mesmo por nós ! PORQUE SÓ ELE É DIGNO!

MÚSICA ESPIRITUAL.






"Aquele que habita

no esconderijo do Altíssimo

A sombra do Senhor

onipotente descansará.

Direi ao Senhor, Ele é o meu Deus.

Direi ao Senhor, Ele é o meu Deus.

Direi ao Senhor, Ele é o meu Deus.

Amém. Amém. Amém".

(Salmo 91)

SALMOS, HINOS E CÂNTICOS ESPIRITUAIS

O Novo Testamento (como já vimos no capítulo anterior) menciona especificamente três tipos de música para os crentes: salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19, Colossenses 3:16). A palavra salmo se refere, pelo menos em essência, ao livro de Salmos no Antigo Testamento ! que geralmente é parafraseado tendo em vista a rima e a métrica. João Calvino, em seu comentário de Colossenses 3:16, diz que um salmo é comumente cantado com o acompanhamento de algum instrumento musical. Os hinos são poemas sacros que expressam devoção e adoração a Deus. Agostinho mencionou três coisas necessárias a um hino: (1) louvor, (2) louvor a Deus e (3) louvores que devem ser cantados. Os cânticos espirituais são principalmente cânticos de testemunho. Neles predominam os pronomes "eu" e "meu". As melodias são geralmente alegres e contagiantes, e onde geralmente se repete um coro a cada estrofe.

Alguns pontos de comparação entre o hino e o cântico espiritual são os seguintes:

HINO CÂNTICO ESPIRITUAL
  1. O propósito principal
    a . É principlamente um cântico de testemunho, é glorificar a Deus. exortação, aviso ou persuação. Geralmente se centraliza em experiência e sentimentos pessoais.
    b. Usado principalmente em cultos de 2. Usado em cultos evangelísticos e de adoração. reavivamento.
  1. A música tem caráter imponente,
  2. A música geralmente tem um tempo e ritmo dignificado e devocional. mais rápido. Um entusiasmo persuasivo.
  3. As notas são de tempo igual. 4. As notas são de tempo variado ! com Comparativamente poucas notas colcheia colcheias e semi-colcheias apontuadas.ou semi-colcheia aparecem.
  4. A letra do hino é geralmente escrita 5. Predomina o padrão estrofe - coro. sem um coro.

Percebendo que os hinos e cânticos espirituais servem funções diferentes, cremos que biblicamente ambos devem ser usados às vezes ! e que não se deve cantar exclusivamente um todo o tempo. É bom haver diversidade. Pelo mesmo princípio, vamos ser honestos em admitir que nem todos os hinos e cânticos são teologicamente corretos ou até mesmo boa música. Mesmo nas melhores seleções de música, alguns deles perdem. Outros simplesmente deixam de comunicar verdades espirituais. Muitas vezes comunicam só à carne ! fazendo-se "sentir" bem. Mexem com as emoções até sentirmos vontade de bater palma ou o pé, o que não é necessariamente mau em si; mas somente a verdade é que deve mexer com nossas emoções.

É ESPIRITUAL?

O que significa música espiritual? A palavra grega tanto em Efésios 5:19 quanto em Colossenses 3:16 é "pneumatikais" que significa vindo do Espírito ! não é carnal nem mundana. Não se deve esperar que crentes que andam na carne cantem música espiritual só porque entraram na igreja e cantam as palavras do Cantor Cristão (ou hinário). É preciso enfatizar que só quem anda em espírito pode realmente cantar música espiritual!

Mas como podemos discernir se um cântico é ou não espiritual? Como podemos avaliar cânticos individuais? Vamos lembrar que cantar é uma forma de ensinar. Sendo assim, a base da avaliação deve ser a mesma pela qual avaliamos a mensagem do pregador.

1. Deve-se avaliar um cântico tendo como base o conteúdo bíblico. Se não houver mensagem, ou se ela não se encaixar com a Bíblia, então não vem do Espírito.

2. O cântico magnifica a Pessoa e exalta a obra do Senhor Jesus Cristo, de maneira que a atenção do ouvinte é atraída a Ele? Em outras palavras, qual é o objetivo e propósito da canção? A espiritualidade de um cântico deve ser julgada pelo que comunica sobre Cristo.

3. O cântico chega a nosso coração com poder, no Espírito Santo e com muita segurança? Esta questão trata daquilo que é mais subjetivo e interno ! mas não pode ser ignorado. Um cântico deve ser avaliado pelo testemunho interior do Espírito Santo à verdade.

4. O cântico edifica? Produz santificação e santidade de vida? A espiritualidade de um cântico pode ser vista na eficácia do que ensina.

Também quando tentamos transmitir uma mensagem espiritual no cântico, devemos querer que tenha uma melodia compatível. Por exemplo, uma música "jazz" não vai servir ao espírito de uma oração devocional. Supõe-se que a música deve revestir apropriadamente a poesia com beleza e força, como também reforçar seu significado. Deve-se reconhecer que ! a esta altura ! esta é uma questão de como percebemos as coisas pessoalmente. Uma regra simples e fácil diz que se o ambiente da música chama a atenção para si em vez das palavras, não é um bom ambiente para a letra. E dizemos o mesmo em relação a quem acompanha os cânticos nos instrumentos musicais. Se oa acompanhamento chama a atenção para si, então deve ser restringido.

Deve-se deixar claro que opinião é como nariz; todo mundo tem um. Se o escritor puder dar sua opinião; uma razão pela qual os hinos de Watts, Wesley e Crosby continuam a ser cantados depois de tanto tempo, é porque combinam palavras boas com música boa. Pense em "Ao Contemplar A Rude Cruz" (letra de Isaac Watts e arranjo de Lowell Mason), "O Grande Amigo" (letra de Joseph Scriven e música de Charles Coverse), "Exultação" (letra de Fanny Crosby e música de William Doane), "Sou Feliz" (letra de Horatio Spafford e música de Philip Bliss) e muitos outros numerosos demais para serem mencionados. Na opinião deste autor, a maioria dos hinos são comumente cantados depressa demais, porém só alguns dos hinos antigos precisam de qualquer modificação.

Reconhecer os cânticos espirituais não é uma questão de capacidade musical, mas sim de discernimento espiritual. O discernimento bíblico é importante! Cristo não deixou Seu povo sem provisão disponível contra o engano. Os salvos receberam a unção do Santo (1 João 2:20). Que Deus nos ajude a julgar corretamente (João 7:24) ! a discernir entre o bem e o mal, entre o santo e o profano, entre o espiritual e o carnal.

O QUE DEVEMOS CANTAR?




Louvai, louvai Cristo, o bom Mestre divino!

Por nós na cruz Ele sofreu, morreu;

Perdão, perdão hoje aos contritos outorga,

Pois precioso sangue na cruz verteu.

Sim, louvai-O; ei-lO tão exaltado,

Mediador que nunca nos faltará.

Louvai, louvai, falai da Sua grandeza,

Do perdão da graça que a todos dá.

Fanny Jane Crosby (1820-1915)

Vivemos numa época de mudanças ! e embora haja muitas delas boas e benéficas, existem outras não tão boas. (Veja o Apêndice A para saber mais sobre este assunto). E tudo acontece assim: uma geração aceita certas práticas e ensinos que acha ser importante ! e passa essas coisas para a(s) próxima(s) geração(ões). Cada geração então faz sua própria avaliação e rejeita o que não é útil, aceitando o que acha que é. Às vezes, algo que foi rejeitado por uma geração é recuperado por outra como algo de valor.

TRADICIONAL OU CONTEMPORÂNEA?

Talvez uma das mundanças mais notáveis no plano religioso nos últimos cinquenta anos aconteceu na área da música. A música antiga das gerações anteriores foi descartada e uma música completamente nova tomou seu lugar.

Que fique bem claro que até mesmo os hinos mais preferidos do Cantor Cristão não são verbalmente inspirados. Quando cantamos grandes hinos tais como: "Grandioso És Tu", "O Grande Amigo", "Rude Cruz", "A Graça de Deus", "Fonte Divina", e muitos outros, cantamos o que o compositor (ou compositora) crente sentiu no coração. Que Deus nos ajude ! quando cantamos estes hinos ! a identificar meditativamente estes mesmos sentimentos em nossa própria experiência e então erguermos a voz num louvor que vem do coração. O ponto é que esses compositores crentes não eram mais inspirados do que os de hoje em dia.

Os hinos de John Newton, Fanny Crosby, William Bradbury e Ira Sankey não são necessariamente "superiores" aos hinos contemporâneos, mesmo que prefiramos os hinos mais antigos. Preferência às vezes resulta em pouco mais do que sentimentalismo vazio. Podemos preferir muitas coisas sem nem pensar em nenhuma delas. É muito comum cantarmos com gosto os hinos antigos e darmos pouca ou nenhuma consideração à mensagem deles. Mesmo assim, continuamos a cantá-los. Por que? Talvez porque nos fazem reviver sentimentos vagos da infância ! talvez porque permitam que tenhamos uma posição ortodoxa sem pensar ! talvez sejamos preguiçosos demais para aprender algo novo.

O presente autor está, então, recomendando o uso do novo som na música da igreja? Não ! embora talvez quiséssemos sugerir alguns hinos novos. Nossa preocupação aqui é que os crentes devem tentar recuperar os padrões de julgamento da Bíblia, que foram rejeitados, e que muitas vezes são substituídos por simples sentimentos de preferência pessoal. Em outras palavras, não é manter o estilo, é recuperar o padrão. Onde é nas Escrituras que podemos encontrar que o estilo de música de Ira Sankey é "bom"? Ou onde a Bíblia exige que comparemos contemporânea com "o mal inerente"? Realmente a introdução de certos elementos novos na música da igreja não é pecado em si. E este autor se sente compelido a admitir que algumas das recentes mudanças podem ser para o bem e alguns dos hinos atuais podem ser excelentes para serem usados na adoração.

Mas após estas observações, queremos que fique claro que cremos firmemente que a tendência musical em geral nas igrejas seja de declínio; de afastamento dos padrões bíblicos. A música expressa o que está em nosso coração ! e o fato bem visível é que o coração da maioria das pessoas que vai à igreja hoje, está longe de Deus! Vivemos numa época de apostasia e trevas espirituais. O amor de muitos esfriou e se tornou superficial. As pessoas em nossas igrejas (que durante anos absorveram a filosofia humanística) reconhecem esta condição terrível o bastante para sugerir que podemos remediar o problema usando uma abordagem mais relevante. "Entre no compasso com o tempo". "Não seja tão antiquado"."Seja comtemporâneo". Em relação à música ! esta geração quer algo bem feliz e espontâneo, algo que apele à cultura jovem, talvez algo alto e pulsante que acorde e estimule os santos. A música nas igrejas de hoje se tornou uma ferramenta importante !ela não expressa piedade nem reflete emoções espirituais verdadeiras, mas cria disposições hipnóticas, a fim de manipular e motivar as pessoas a fazer em decisões.

Temos então uma pergunta: Até onde ! de acordo com a Bíblia ! a música nas igrejas do Senhor pode refletir a sociedade contemporânea?

Talvez seja óbvio que todas as igrejas são um reflexo da sociedade contemporânea até certo ponto. Sabemos, por exemplo, que as igrejas de hoje comumente possuem um prédio próprio, com luz elétrica, bancos confortáveis, banheiros modernos e cultos feitos na língua do povo, que é o português. Nada disso seria contemporâneo às igrejas do Novo Testamento. E embora nenhuma destas coisas seja essencial à existência de uma igreja, são conveniências do mundo moderno sem as quais a maioria de nós não poderia viver. Gostamos do que é contemporâneo.

Também ! tendo mencionado as igrejas do Novo Testamento, vamos lembrar o que o Apóstolo Paulo ensinou em 1 Coríntios 14, onde insistiu que a adoração aceitável deve ser clara e compreensível. Ele rejeitava a adoração em lígua desconhecida, a menos que houvesse intérprete. Se a mensagem pregada é para ser entendida ! e se a congregação deve receber edificação ! então temos que dar atenção de algum modo à linguagem e à lógica. Até certo ponto, devemos ser contemporâneos e atualizados! Isto faz parte da comunicação do evangelho de maneira clara e distinta.

ENSINANDO O QUE É DISTINTO

Cantar na igreja é uma forma de ensinar (Colossenses 3:16). É nossa responsabilidade, quando cantamos, darmos um som distinto ! isto é; a mensagem deve ser clara. Devemos usar palavras que "sejam fáceis de entender" (1 Coríntios 14:6-9). Hinos em hebraico ou grego, ou nos estilos de Bach ou Beethoven provavelmente seriam mais uma barreira à comunicação do que ajuda. Cantar só edifica quando se compreende. Por outro lado, a clareza não é a única exigência ! a mensagem pregada também deve ser exata e verdadeira.

Temos uma situação semelhante na área de traduções da Bíblia. Muita gente hoje rejeita a versão Corrigida e Revisada, a favor de versões mais contemporâneas. Diz-se que a versão Corrigida é arcaica, difícil de entender, antiquada e fora de época. Estas acusações são parcialmente verdadeiras. Mesmo assim, cremos que pode-se mostrar que cada tentativa de se produzir uma versão de leitura mais fácil resultou em corrupção de textos e destruição dos alicerces ! juntamente (cremos) com a perdição de almas. Não podemos sacrificar a mensagem a favor da clareza.

Qual é a mensagem das igrejas do Senhor? Qual é a verdade que proclamamos através da pregação e dos hinos? A resposta é: "O Evangelho" (Marcos 16:15), "O Testemunho de Deus" (1 Coríntios 2:1), "A Palavra do Senhor" (Atos 8:25, 13:49, 1 Tessalonisenses 1:8). Esta mensagem não é o produto da imaginação do Homem. Pelo contrário! É uma revelação divina! Não é a sabedoria coletiva de um grupo de filósofos do século primeiro, mas é a sabedoria eterna de Deus. É a própria mensagem de Deus e os homens não têm nenhum direito de mudá-la. Mas é exatamente isto o que está acontecendo.

A Música Cristã Contemporânea e também o tão chamado Rock Gospel ! tem sido o grande instrumento para perverter a mensagem. A verdade de Deus foi transformada em mentira. A graça de Deus se transformou em lascívia (ver Judas 4), não só através das palavras dos hinos, mas através do estilo da música. E estes dois pontos formam realmente o ponto crucial da questão.

Por favor, é preciso que se entenda nosso raciocínio ! a palavra "contemporâneo" pode ser aplicada, talvez, a qualquer música escrita nesta geração (muitas das quais, excelentes), mas a designação Música Cristã Comtemporânea (MCC) é usada comumente em nossos dias, para descrever um estilo ou tipo particular de música que pretendemos mostrar ser contrário às Escrituras.

Quanto às palavras dos hinos. A Música Cristã Comtemporânea (MCC) raramente contém qualquer ensinamento doutrinário sólido ! e até o próprio Evangelho é muito limitado e superficial em sua aprensentação. A mensagem cristã distintiva foi excluída, o que significa que a maioria da MCC não é cristã.

Quanto ao estilo? Poucos crentes iam querer sugerir que a música da igreja ficasse limitada a um estilo em particular, mas há alguns que estão definitivamente "fora" dos padrões bíblicos. Por exemplo: O Rock Gospel. É uma vergonha que tal música (?) deva até requerer nossa consideração dentro do contexto das igrejas do Senhor. O rock é baseado num ritmo selvagem e voltado para o nível físico e sensual. As funções físicas do homem ! tais como o batimento cardíaco, respiração, pulso, padrões de fala e andar ! se baseiam nos ritmos do corpo. As pesquisas apontam que cada vez que esses ritmos naturais são "atacados" pelo ritmo propulsivo e discordância harmônica da música rock, os resultados são níveis mais altos de estresse e muito mais baixos de resistência moral. A força física também se esgota. O Dr. Walter Wright, um psiquiatra canadense ! no Calgary Herald (revista canadense) de 19 de maio de 1976 ! comparou o rock aos tambores vodus: "sabe-se que o ritmo dos tambores vodus faz o ouvinte impotente para resistir à propulsiva batida. Nos concertos de rock quando o tempo da música atinge uma certa altura causa uma reação psicológica que a platéia é impotente para resistir". Podemos dar muitas outras citações iguais a esta. A música rock, mesmo que tenha letra "cristã", é nociva e mundana.

Mas, como julgar certo estilo de música ! ou qualquer outra coisa ligada a esse assunto? Devemos reconhecer que as citações de psiquiatras e opiniões de especialistas estão sujeitas a debate. Até mesmo nossas preferências pessoais devem ser julgadas pela Palavra de Deus. "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles" (Isaías 8:20). Jesus disse: "Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem julgue; a palavra que tenho pregado, essa há de julgar no último dia" (João 12:48).

Qualquer estilo de música deve ser avaliado tendo como base as Escrituras ! quer seja ópera, clássico, canto gregoriano, hinos tradicionais, canções evangélicas, música "country", corinhos de louvor, MCC, "Swing", "jazz", "reggae", canções folclóricas, "rap" ou "rock".

O QUE AS ESCRITURAS DIZEM?
  • "Cantai ao Senhor um cântico novo". (ver Salmo 33:3, 96:1, 98:1, 144:9, 149:1, Isaías 42:10, Apocalipse 5:9, 14:3). A palavra hebraica traduzida como "novo" nestas passagens do Antigo Testamento é chadash. A palavra grega traduzida como "novo" no Novo Testamento é kainos. Ambas significam realmente a mesma coisa: novo na qualidade e não a novo no tempo. Em outras palavras: uma pessoa salva pela graça de Deus é uma nova criatura em Cristo (2 Coríntios) ! Deus colocou uma nova canção em sua boca (Salmo 40:1-3), que deve manifestar externamente a mudança interior. Qualquer música que deixe de manifestar a nova vida do crente em Cristo ! e qualquer estilo musical que deixe de distinguir claramente entre o santo e o profano ! não é de Deus.

  • "Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome" (Salmo 29:2). "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus" (1 Coríntios 10:31). "Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado"(Efésios 1:6, e também os versículos 11-14). "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, a ele eternamente. Amém" (Romanos 11:36). Um pastor nunca deve pregar, nem um cantor jamais cantar de maneira que conscientemente atraia a atenção para si mesmo. Qualquer interpretação vocal ou instrumental feita para impressionar a platéia ! em vez de espressar a verdade bíblica para a glória de Deus - deve ser rejeitada. O Senhor é para ser exaltado e glorificado em vez do músico. Mas com a Música Cristã Contemporânea a natureza inerente é atrair a atenção para quem a executa.

    Esta admissão vem da cantora da MCC, Carmen, numa entrevista a John Styll e publicada no "The heart of the Matter" (Publications, Nashville), página 25.

  • O Apóstolo Paulo renunciou a tudo o que dependia de técnicas humanamente inventadas de persuação ao dizer: "E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria?..A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus". 1 Coríntios 2:1-5. Mas muitas igrejas hoje, frequentemente se opõem a Paulo. Elas decidiram usar métodos carnais ! inclusive música que apela à sexualidade ! a fim de seduzir novas pessoas aos cultos. As igrejas que se recusam a se curvar às técnicas carnais de marketing, talvez vejam o número de pessoas presentes ir diminuindo continuamente. Mesmo assim, qualquer música adotada do mundo ! que utiliza a sabedoria e motivação do mundo ! é inaceitável nas igrejas do Senhor.

Um artigo no Jornal Wall Street, (13 de maio de 1991) descreveu alguns dos métodos usados pelas igrejas hoje, num esforço para se promever o crescimento. Um exemplo citado era o de lutas livres num palco nas quais atuavam funcionários da igreja. Em dezembro de 1990 o mesmo jornal anunciou que uma grande igreja do sudoeste do país havia instalado (ao custo de meio milhão de dólares) luzes a laser e sistema de efeitos especiais, designados a produzir fumaça, fogo, faíscas, etc. O pastor concluiu um dos sermões subindo ao "céu" via arames invisíveis que o fizeram sumir do palco enquanto o coro cantava. Este tipo de coisa está se tornando mais e mais comum.

Muitos dos defensores deste novo estilo de música argumentam que "vale tudo" ao se alcançar as pessoas para Jesus Cristo. Dizem que nos tornamos tudo para todos ! mesmo que isto signifique se tornar um roqueiro, um rapper ou um acomodado. Embora seja verdade que Paulo disse que se tornara "tudo para todos", a fim de ganhar alguns (1 Coríntios 9:22), esta afirmação deve ser considerada em relação ao contexto. O falecido Dr. Charles Erdman, professor de teologia no Seminário Teológica de Princeton escreveu no início dos anos de 1900: "Paulo quis dizer com esta frase, exatamente o oposto do que ela significa na linguagem comum de hoje. Ele não quis implicar nenhuma condescendência com as ações erradas e práticas imorais dos outros?..Não! Paulo sabia que ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus. Ele sabia que Deus é santo, que Sua Palavra é santa e que todos os crentes devem ser santos e separados do mundo para o Evangelho de Jesus Cristo" (Charles R. Erdman: "Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios", Westminster Press, Filadélfia, página 86). Que verdade! Paulo não estava dizendo que ele participaria dos pecados dos outros homens, a fim de causar boa impressão neles. No contexto, Paulo estava disposto a ceder seus direitos como Apóstolo (1 Coríntios 9:1-18) e como crente (versículos 19-23), a fim de proclamar o evangelho ao perdido, mas nunca deu a si mesmo direitos adicionais de agir como o mundo ou alterar a mensagem. Assim, aplicamos este ensinamento à música ! qualquer música que comprometa a mensagem e morais do Evangelho é anti-cristã.

  • A Bíblia decreve um crente como alguém que foi crucificado com Cristo e portanto tem que se considerar morto para o pecado e vivo para Deus (Romanos 6:6-12). Os crentes devem tomar diariamente a sua cruz ! isto mesmo; devem morrer diariamente ? e seguir a Cristo "fora da porta" (Lucas 9:23, 1 Coríntios 15:31, Hebreus 13:12-14). O Dr. A. W. Tozer escreveu um artigo intitulado "A Cruz Antiga e A Nova", o qual apareceu pela primeira vez no jornal "Alliance Witness" em 1946. O artigo dizia: "Apareceu nos tempos modernos, sem ser anunciada nem detectada, uma nova cruz nos círculos evangélicos. Ela se parece com a cruz antiga, mas é diferente: a semelhança é superficial; as diferenças fundamentais. Desta nova cruz saiu uma nova filosofia de vida cristã, e desta nova filosofia, uma nova técnica evangélica ! um novo tipo de reunião e um novo tipo de pregação?..A cruz antiga não teria relação nenhuma com o mundo. Para a carne orgulhosa de Adão ela significou o fim da jornada e levou o efeito a sentença imposta pela lei no Sinai. A nova cruz não se opõe à raça humana; pelo contrário, é amiga íntima, e se bem entendida, é a fonte de oceanos de diversões e de prazer. Ela deixa que Adão viva sem interferência. O motivo para viver continua sem nenhuma mudança; ainda vive para seu próprio prazer?..A nova cruz não faz que o pecador morra; ela somente redireciona sua vida. Leva-o a um modo de vida mais claro e alegre e protege seu auto-respeito?..A filosofia por trás disto pode ser sincera, mas esta sinceridade não a salva de ser falsa. E é falsa porque é cega. Deixa de ver completamente o significado da cruz". (A. W. Tozer: "Homem ! O Lugar Onde Deus Habita"; Christain Publications, Harrisburg, PA, páginas 42-43). E é isto exatamente o que sentimos em relação ao novo som da música na igreja. Qualquer música que não considere que o velho homem tem que ser crucifiado com Cristo é inútil para o serviço de Deus. Em íntima conexão com este ponto, queremos enfatizar que a obra de Deus nunca pode ser feita na força da natureza carnal do homem. "O que é nascido da carne é carne" (João 3:6). "A carne para nada aproveita" (João 6:63). "Os que estão na carne não podem agradar a Deus" (Romanos 8:8). A música carnal ! isto é, a música que apela principalmente para a carne ! para nada aproveita no reino de Deus.

  • Mesmo assim há quem argumente que "devemos a Deus" tornar os cultos o mais atraente possível, de modo que os descrentes venham e dêem a vida a Deus. Tal lógica implica que Deus é incompetente para atrair as pessoas a Si. Que ridículo! O Deus soberano dos céus faz tudo o que Lhe agrada (Salmo 115:3, Daniel 4:35), fazendo "todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade" (Efésios 1:11). Ele pode ! e só Ele - atrair as pessoas para Si. Nossas tentativas inúteis de "ajudar", planejando os cultos de adoração (inclusive a música), para satisfazer apetites mundanos são diametricamente opostas às Escrituras. Qualquer tipo de coisa que tente melhorar o culto na igreja parece mais com venda ou sedução do que em fazer brilhar uma luz espiritual. Não há nada errado em se regozijar nos cultos da igreja, mas o regozijo é um resultado secundário de um culto espiritual. A música como mera atração (embora que seja apropriada em alguns ambientes) deve ser rejeitada nas igrejas do Senhor. Talvez a frase "apropriada em alguns ambientes" deva ser explicada. A música mundana nunca é apropriada para quem deseja honrar a Deus. Mas há outra música ! tanto no plano sagrado quanto no secular ! que é apropriada a certas ocasiões. É o tipo de música apropriada a um casamento, mas não a um funeral. Música assim talvez tenha seu lugar próprio numa festa de aniversário, mas num culto de adoração ao Senhor seria um insulto.

  • Além do mais, vamos estar atentos à importância da sã doutrina. Um jovem, após ouvir um grupo de "rock gospel" tocar, disse que o grupo "o emocionara demais". Não duvidamos disto. Há muita gente hoje sendo emocionada demais e levada pelo vento de cada doutrina emocionante.

    A Palavra de Deus prevê isto. O Apóstolo Paulo avisou Timóteo que "virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina" e que "desviarão os ouvintes da verdade voltando às fábulas" (2 Timóteo 4:3-4). Qual é o remédio? A Bíblia nos diz para falar "o que convém à sã doutrina"(Tito 2:1). A sã doutrina é importante para definir e purificar nossa prática religiosa. Também põe um freio em nossas emoções, que de outro modo poderiam degenerar em sensualidade. Já que a música nas igrejas serve para "ensinar" (Colossenses 3:16), ela deve ser doutrinária e clara ! dando estabilidade e não levando as pessoas a uma emoção descontrolada.

  • Por último?..considere um argumento baseado sob a analogia da igreja como sendo o corpo de Cristo (1 Coríntios 12:12-27, Efésios 1:22-23, 5:22-32, Colossenses 1:18). Cada vez que um objeto estranho (uma ferpa de pau, um germe, até mesmo leite estragado) entra em nosso corpo, há uma reação natural para rejeitá-lo. Se não for tirado, vai causar fraqueza e doença. O mesmo acontece com as igrejas de Jesus Cristo! Não está bem claro que houve uma rejeição natural do novo som na música da igreja? E embora em alguns lugares tenha sido aceito e deixaram que ficasse, será que não trouxe fraqueza e doença ao povo de Deus nesses lugares? Cuidado com qualquer música que possa ofender à igreja de Deus. (1 Coríntios 10:31-32).

Após fazer estas observações, com base nas Escrituras, é bom notar que ! no Novo Testamento ? só há três formas de música, especificamente designadas para o crente: Salmos, hinos e cânticos espirituais (Colossenses 3:16-17). "Salmos" são os escritos inspirados no livro de Salmos, colocados na música e cantados para o Senhor. "Hinos" são composições semelhantes, que exaltam o caráter e a obra de Deus. "Cânticos Espirituais" são aqueles que falam sobre a vida cristã, que servem de testemunho a crentes e perdidos, declarando o que Cristo fez por nós e o que pode fazer pelos outros. Examinaremos este assunto mais de perto, na próxima lição. Que Deus nos ajude, a partir de agora, a cantar à luz de Sua Palavra.